Impacto da Pandemia no Desenvolvimento da Aptidão Física dos Alunos Portugueses
Pela importância do estudo, publicamos os resultados obtidos pela equipa FITEscola do Ministério da Educação, através da plataforma FITEscola. Alguns destes testes são realizados ao longo do ano na disciplina de Educação Física, contribuindo para a avaliação final desta disciplina.
A pandemia (COVID 19) trouxe um impacto muito negativo em todos os aspetos da nossa vida social e no modo como influenciou a saúde e a qualidade de vida das populações.
O reduzido nível de exercício físico e desportivo, no ano letivo 2019/2020 ocorrendo quatro meses de aulas de Educação Física à distância, seguidos de dois meses e meio de férias de verão, resultaram num período de cerca de seis meses sem aulas presenciais.
O estudo que agora se publica (consultar aqui) foi baseado numa amostra que envolveu 600 mil avaliações em cada um dos nos letivos e seus resultados impactantes na aptidão física de crianças e adolescentes com idades compreendidas entre os 10 e 18 anos de ambos os géneros.
Com a finalidade de obter dados sobre os efeitos nocivos de um maior sedentarismo e obesidade entre os mais jovens, assim como, saber quais foram os aspetos que favoreceram a aptidão física através das aulas à distância, a Plataforma FITescola® através de uma inovadora mecânica informática que permite analisar a aptidão física da população escolar gerando relatórios em tempo real, permitiu comparar os resultados da avaliação do primeiro período do ano letivo 2019/2020, em que o regime letivo até aquela data foi presencial, com os obtidos na avaliação do primeiro período de 2020/2021, após a interrupção das aulas presenciais.
Alguns dos aspetos gerais observados prendem-se com um acréscimo percentual verificado nos valores de excesso de peso e obesidade que pode estar associado a um menor dispêndio energético, em virtude do confinamento, e à diminuição da prática de atividade física e desportiva formal e informal.
Também o possível aumento da ingestão alimentar assim como a limitação de mobilidade no exterior, podem ter contribuído para o agravamento do excesso ponderal, verificando-se uma variação positiva mais pronunciada nos valores dos alunos obesos.
O expetável decréscimo dos valores verificados na aptidão aeróbia são mais relevantes nos alunos mais novos, isto é, os que têm um menor grau de autonomia.
Observou-se ainda que os valores examinados na aptidão neuromuscular refletem a preocupação que o ensino da Educação Física a distância (E@D) assumiu durante o período de confinamento, constatando-se a valorização do desenvolvimento das capacidades físicas que mais facilmente podiam ser desenvolvidas em contexto domiciliário.
Os resultados desta análise apontam para a necessidade de aumentar a prática da atividade física e desportiva das crianças e adolescentes, principalmente a aptidão aeróbia, que é reconhecida como fulcral para um crescimento e desenvolvimento saudável e para a melhoria das condições de aprendizagem.
Fonte: Equipa FITescola®